terça-feira, 19 de junho de 2012

Nelson - Mario de Andrade

Neste misterioso conto, um homem não nomeado, com um ar esquisito, ar antigo, que talvez lhe viesse da roupa mal talhada, entra num bar. Enquanto toma seis chopes, sua presença desperta a atenção de três pessoas, sentadas em outra mesa, que passam a contar histórias estranhas a respeito dele. Uma, do amor que teve por uma paraguaia, a quem entregou toda a fortuna, vinda das fazendas que possuía em Mato Grosso, e outra, da sua participação heróica na Coluna Prestes, não se sabe de que lado, em que uma piranha comera-lhe um pedaço da mão... Ambas as histórias intercalam-se, acentuando, com o seu desfecho, a curiosidade dos personagens. A paraguaia o abandona, conta Alfredo, o narrador exageradamente preocupado em criar suspense, o que irrita os companheiros.

Diva, a garçonete do bar que também é prostituta, protege o homem da curiosidade alheia, demonstrando-lhe respeito e admiração.

O homem se levanta, sai do bar, anda seis quarteirões e, após esperar que se dissolva um pequeno grupo que bebe num outro bar, certifica-se de que ninguém o segue, entra em casa, e fecha a porta por trás de si com três voltas à chave.

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